domingo, 7 de outubro de 2012

Mitomania - mania de mentir

Mitomania  é o termo usado para descrever pessoas que são dadas à mentira, ou seja, pessoas que tem isso como uma característica, mentir, mentir, mentir...
Eu, particularmente, conheço alguns mitômanos, pessoas que são até pessoas bacanas, mas não dá pra levá-los a sério porque mentem compulsivamente. Uma coisa essencial em qualquer relação é a confiança, ou seja, se a pessoa mente por qualquer coisa, você não vai acreditar quando ela te falar uma verdade. O mitômano é uma pessoa que provavelmente tem uma baixa autoestima, então mente conta histórias, conta lorotas, conta muitas coisas... se você acreditar, aí é outra coisa. Na verdade, a gente quando fala: "Fulano é um mentiroso", parece tudo uma coisa engraçada, mas não, essa mania pode acarretar inúmeros transtornos com pessoas próximas do mentiroso, todo mundo entra no rolo.
Existem casos em que pais simulam doenças dos filhos (Sindrome de Münchausen), mentem que os filhos estão doentes para, com isso, se sentirem bem, é uma forma deles mostrarem o quão amorosos são, são bons pais, como sofrem pelos filhos, há caso de pais forçarem doenças para que os médicos acreditem que eles estão falando a verdade sobre as doenças do filho. (para saber mais clique no link acima).
Há alguns anos eu dava aula de reforço de matemática, um dia apareceu uma mãe e pediu que eu desse aula de reforço para seu filhinho, se não me engano o menino tinha uns 8 ou 9 anos, dizia ela que o menino estava muito mal na escola, ela me contou uma história, dizia que desde o dia em que ela pegou seu marido com outra mulher na cama, seu menino começou a ter problemas psicológicos e físicos, depois que se separaram o menino não estava bem... depois de uns dois dias me chega o menino, conversei com ele, aparentemente normal, um menino de 8 ou 9 anos, nada mais que isso. Em outro dia o menino volta, tava com o cabelo meio molhado, empastado, eu perguntei o que aconteceu com seu cabelo? ele respondeu, eu fui fazer aquele exame de louco, o médico colocou um monte de fio na minha cabeça...resumindo, não precisava ser nenhum Freud para saber que o problema estava muito mais com a mãe do que com o menino, ela (mãe) veio outras vezes e continuava contando história, do dia da hora, da outra, da briga, do choque...depois disso tive a certeza que ela queria apenas usar o menino pra castigar o pai, para o constranger a se culpar pelo sofrimento do filho e claro dela também, imagino que até as minhas aulas foram jogadas na cara do pai :"Olha fulano, seu filho tá tendo que ter aulas de reforço por sua causa". Se os pais "voltaram" depois, não sei, nunca mais vi a mãe ou o menino, não sei mais o que aconteceu.
Eu tenho um amigo, ele sempre foi mentiroso, contava coisas bobas, quem não o conhecia até acreditava, ele mentia descaradamentente e até hoje continua mentindo, mas mente muito mesmo, ele é uma pessoa que não é quem ele queria ser, por isso mente e vive de mentir, vive uma vida de sonhos, de vez em quando fala uma verdade, verdades que faz com que muitos acreditem nas suas mentiras. Acho que a gente, mente também porque, no caso desse meu amigo, a gente finge que acredita, a gente acaba sendo mais mentiroso que ele. Tem uma história de um concurso de mentiras, sobraram dois finalistas, um contou uma história que estava pescando num rio do pantanal, veio um peixe gigante e virou o barco, esse cara caiu na água e com ele todos os apetrechos da pesca e um lampião emprestado que estava aceso na hora, era noite, esse cara mergulhou tentando encontrar o lampião, mergulhou várias vezes durante uns dez minutos, de repente encontrou o lampião do amigo, e acreditem, ainda estava aceso...esse cara no concurso ficou em segundo lugar, o que ficou em primeiro ganhou porque falou: "eu acredito em tudo o que ele contou."
Resumindo: todos nós mentimos uma hora ou outra e várias vezes ao dia, mas são mentiras pra nos livrar de algo, ou até deixamos de falar verdades para não magoar pessoas, mas o que não pode é a gente viver uma vida de mentira em todos os momentos e sermos aquilo que não somos, tem gente que é sedutor 24 horas, vive o tempo todo pensando que está no bigbrother, fica sempre fazendo charme, vivendo uma coisa que não é.  O importante é que a gente se conheça, que saiba se entender, que perceba que aquilo que faz não lhe trará benefícios no futuro, pra que viver mentindo?
Se a mentira atrapalha sua vida e das pessoas ao seu redor, procure ajuda, um psicólogo poderá te ajudar muito...não há ação sem motivo. Tem uma frase grega antiga que diz: "Conhece-te a ti mesmo."

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Homem velho é o rei dos animais

Eu estava vendo uma reportagem sobre Caetano Veloso e Gilberto Gil e Paulinho da Viola, Três representantes da música popular brasileira que estão fazendo 70 anos, muito legal porque a gente vê que  Caetano Veloso estava certo na sua música (Força estranha), quando diz: " Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista, o tempo passou e no entanto ele nunca envellhece...", Não orna alguém chamando o Caetano Veloso de Seu Caetano, Ou o Gilberto Gil de seu Gil, Ou o Paulinho da Viola de Seu Paulinho, O que escrevo agora é exatamente sobre isso, sobre a experiência de  vida, sobre a idade passar e a gente conseguir essa experiência que somente o viver nos dá, ou seja, por mais inteligente que um jovem seja, ele não saberá muitas coisas que um velho sabe com  conhecimento adquirido pela experiência, pelos anos de vida.
Um velho lúcido é fogo, ele já não tem o rabo preso, não se preocupa tanto em ser simpático, é mais coerente nas suas opiniões, porque já passou por muitas coisas e essas experiências dá um conhecimento impagável. Se nós olharmos o mundo, quem manda no mundo, são os mais velhos, geralmente mais de 50 anos, exemplos, Barack Obama Bill Gates,  Dilma Vana Rousseff, Hillary Clinton, Angela Merkel, Cristina Kirchner, são só exemplos, lembrando que no Brasil pra ser Presidente da república tem que ter mais de 35 anos de idade, para ser senador da república também. Lembrando que no Brasil o Presidente mais novo, se não me engano, Foi Fernando Collor de Mello...
Eu escrevo esse texto porque esses dias eu havia dado um trabalho pra alguns dos meus alunos, pedindo que pesquisassem e fizessem uma entrevista com uma pessoa idosa (terceira idade, mais de 60 anos), vi que ainda há muita desinformação dos meninos e meninas que pouco sabem sobre  o idoso. Eu particularmente acho mais pesado falar idoso do que falar velho...acho que a palavra velho pode ter vários significados e alguns muito bons, enquanto que idoso, me parece que fica sendo um adjetivo em que para o meu entendimento fica sendo como uma pessoa que está no fim, esse é meu entendimento, não sei se outros veem assim, mas para mim a palavra idoso não me cai bem.
Voltando a falar de velho, acho que velho é um termo, como disse, pode ter várias interpretações. Meu  avô era chamado de velho, mas, o velho dele, nunca deixou de ser respeitado, nunca perdeu a autoridade, a sabedoria; que saudades do velho Sergio, é assim que ele era chamado por todos os amigos.
Em suma, quero dizer que  um homem mais velho tem a probabilidade de se sair bem por causa da experiência adquirida em sua vida, claro que isso não quer dizer que um jovem não tenha inteligência, conhecimento, mas digo que provavelmente um velho se sobressairá pela sua vivência e experiência de vida.  Tem um ditado que mais ou menos diz assim:
"O diabo não é esperto porque é diabo, é esperto porque é velho"
 
O Grande Caetano, que tem setenta anos, tem uma música, no caso, a letra diz:
O Homem velho
O homem velho deixa a vida e morte para trás
Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais
O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais
O homem velho é o rei dos animais

A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol
As linhas do destino nas mãos a mão apagou
Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock'n'roll
As coisas migram e ele serve de farol

A carne, a arte arde, a tarde cai
No abismo das esquinas
A brisa leve traz o olor fulgaz
Do sexo das meninas

Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon
Belezas, dores e alegrias passam sem um som
Eu vejo o homem velho rindo numa curva do caminho de Hebron
E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom

Os filhos, filmes, ditos, livros como um vendaval
Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal
Mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual
Já tem coragem de saber que é imortal
 

sábado, 28 de julho de 2012

Não Pensar em nada

Eu tava lendo Fernando Pessoa e estava pensando em comentar alguma coisa, mas o homem escrevia tão bem com qualquer de um dos seu heterônimos (Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, além de outros mais), vejo que ele era um verdadeiro filósofo, porque dentro dele existiam vários homens com opiniões diferentes, numa mesma pessoa, num mesmo corpo pessoas tão diferentes que é até dificil acreditar que um mesmo homem escreveu coisas antagônicas, por isso e muito mais, admiro Fernado Pessoa.
Prova como nós seres humanos temos dentro de nós tantas contradições, pensamentos, conflitos, opiniões que divergem de nós mesmos, eu amo, eu odeio, eu quero, eu não quero, eu creio, eu não creio, eu sei, eu não sei...o legal é aceitarmos esses que vivem dentro de cada um de nós.
Abaixo um dos poemas de Pessoa com o Heterônimo de Alberto Caieiro:



Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do Mundo?
Sei lá o que penso do Mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que ideia tenho eu das coisas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).


O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o Sol
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o Sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do Sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do Sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.


Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?


"Constituição íntima das coisas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em coisas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.


Pensar no sentido íntimo das coisas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.


O único sentido íntimo das coisas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.


Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!


(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as coisas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)


Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.


Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.


E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Não às drogas

Engraçado como nós seres humanos somos escravos de nós mesmos, é difícil mudar, é difícil ser diferente, mudar não é fácil. A gente vive se prometendo que vai fazer isso e aquilo, mas no final fica tudo como era antes.
Eu lembro de um chegado meu que tinha vários vícios, mas era uma pessoa boa, mas a droga fazia com que ele fosse uma pessoa que ele não era. lembro dele, vinha conversava, chorava, jurava que ia mudar, até assinava algum papel prometendo que daquele momento em diante largaria todas as drogas e seria um novo homem, infelizmente nunca mudou, nunca deu certo. Passou o tempo, esse cara morreu, foi morto por acerto de contas, coisas relacionadas à droga. Esses dias estava vendo na tevê um jornal, lá falava sobre um rapaz bonito irmão de um ex BB, que teria sido assassinado no Rio Grande do Sul por problemas relacionados à droga. A questão das drogas está em todas as cidades, em muitas famílias, é um mal difícil de conter, mas acredito que pela informação, pelo carinho, pelo amor familiar, essas coisas podem diminuir, mas não é fácil porque as pessoas estão afastadas umas das outras, o mundo está a mil, não é culpa dos pais, como querem muitos, é um mal da nossa sociedade, mas não podemos por a culpa no pai, na mãe, a gente tem que assumir nossas escolhas e consequencias, é fácil culpar a família, claro que toda família tem sua dose de responsabilidade, umas mais, outras menos, mas não é só isso, existe muito mais coisas nessa história das drogas.
 Hoje vivemos um mundo de mais liberdade, mas que liberdade? essa liberdade em excesso acaba sendo o fim de muitas vidas, acho que os meninos e meninas, de hoje em dia, ouvem muito poucos nãos, por acharem que para eles tudo é sim, quando deparam com algo que os contraria, ficam perdidos achando que são os únicos sofredores desse mundo, eles não sabem lidar com os percalços da vida, não tem tolerâncias aos nãos da vida.
Claro que o que falei aqui, falo de uma forma geral, não existe apenas jovens drogados, muitos adultos e pessoas mais velhas também, claro que as drogas são um mal, mas não é de fácil solução, depende de muitos fatores, nunca podemos pegar em um ponto apenas e querer dizer que foi esse o motivo do vício.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A morte não é nada para nós

Esses dias pra mim tem sido dias de muita tristeza, porque morreu minha mãe, eu embora não seja mais uma criança, sofro como se uma criança fosse. Eu fico pensando de como a gente que tem sangue latino sofre com essas perdas, temos  muito o sangue à flor da pele, demostramos muito o que sentimos. Claro que qualquer ser humano sofre com a morte, é normal, é natural, ainda mais se a pessoa falecida tem uma representação tão importante que nem minha mãe para mim.
O momento do luto é importante para a gente se modificar, se fortalecer, se refazer, seria estranho e até  doentil se não houvesse ese tempo de luto, uma pessoa que se realaciona com o outro afetivamente, tem o tempo de luto e terá que passar por ele.
Agora, uma questão de crer ou não em outra vida é uma coisa muito pessoal, uma questão religiosa, isso independe de cultura, raça, estudo...é uma questão pessoal. Paulo o apóstolo que levou o cristianismo para fora, para o mundo; fala que se a nossa vida se limitar a essa vida, somos o mais infelizes dos homens.  Abaixo quadro de Rembrandt (figura de Paulo)


Antes de Cristo existiu um filósofo, Epicuro que escreveu sobre a morte; na verdade, o que ele fala é uma forma de bem viver, ou seja, viver uma vida plena com qualidade, sem se preocupar com a morte, preocupação essa que faz com que nossa vida seja vivida sem qualidade.
Abaixo figura de Epicuro

A Morte Não É Nada Para Nós
Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exato do fato de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma ideia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no fato de não viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la.
Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais.






Não há morte, então, nem para os vivos nem para os mortos, porquanto para uns não existe, e os outros não existem mais. Mas o vulgo, ou a teme como o pior dos males, ou a deseja como termo para os males da vida. O sábio não teme a morte, a vida não lhe é nenhum fardo, nem ele crê que seja um mal não mais existir. Assim como não é a abundância dos manjares, mas a sua qualidade, que nos delicia, assim também não é a longa duração da vida, mas seu encanto, que nos apraz. Quanto aos que aconselham os jovens a viverem bem, e os velhos a bem morrerem, são uns ingênuos, não apenas porque a vida tem encanto mesmo para os velhos, como porque o cuidado de viver bem e o de bem morrer constituem um único e mesmo cuidado.

Epicuro, in "A Conduta na Vida"

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sou brega?

Um dia da semana passada, cheguei em casa, minha irmã me falou: você viu? o Wando morreu!
Fiquei triste, pensei, poxa vida, a vida não é nada mesmo.
A semana se foi, ele já foi enterrado; infelizmente é assim, morreu acabou, pelo menos nessa terra!
Eu, desde criança, sempre ouvia a sigla MPB, eu pensava, mas o que é MPB? musica popular brasileira, mas por que umas são mais populares que outras? eu achava interessante porque na época que eu era criança, esses cantores, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilbero Gil, não eram tão populares como alguns outros que vendiam muito e alegravam o povão. Na minha ingenuidade de criança, eu pensava que tudo era natural, que um cantor fazia sucesso porque sua música era boa, porque as pessoas queriam mesmo ouvir; eu não imaginava que tudo era um grande comércio onde quem mandava era o interesse e tudo girava em torno do capital, eu não sabia que a cultura era um produto que devia ser vendido, não importava a qualidade o que importava era o retorno que tal produto dava para quem investia nele. Na filosofia isso é chamado de cultura de massa, mas isso é cultura ou é apenas ideologia, propaganda, menosprezo a inteligência da massa? fica a pergunta, a massa não tem opinião própria, será que sempre a mídia faz a cabeça das pessoas para verem  e gostarem do que a ideologia quer? sera que um filme deve ser bom só porque sua propaganda é cara?´
No dia a dia, me irrita muito, quando vejo um artista estrangeiro que vem fazer shows no Brasil, quando o homem chega, começa-se a falar dele no Jornal da manhã, no Jornal da tarde, no Jornal da noite, começa a aparecer reportagens com cara de jornalismo, na verdade tudo é propaganda, o caras ficam enfiando na nossa goela, até quem não é fã, não gosta muito, acaba indo ver o artista, de tanto falarem, de tanto se comentar, parece que se o cara não gostar, não ir ver, não comprar um DVD, ele será um cara que está por fora, a mesma propaganda que se faz com produtos, se faz com um produto chamado cultura, cultura de massa, tudo isso chega a nós pelos meios de comunicação social.
Eu no início dessa fala, comecei a falar do Wando, um cara importante na música do Brasil, mas que era tido como brega, fez muito sucesso e continuará fazendo sucesso, ainda mais agora que morreu, vão fazer de tudo pra vender tudo o que ele não vendeu nesse últimos anos, é assim, não tem jeito.
Fica a pergunta pra terminar esse texto, porque senão, não paro de escrever: O que é brega e o que é "MPB"? o brega também não é MPB?
Sou da opinião que isso não existe, ou seja,  o Michael Jackson era brega? o Elvis Plesley era brega? o Roberto Carlos é Brega? o Elton John é brega? eu acho que se for ver o que é brega, seria aquilo que não tem qualidade, mas aí está uma questão porque isso é subjetivo, o que é brega hoje poderá ser o CULT de amanhã, basta a gente ver algumas músicas regravadas pela cantora Marisa Monte, adoro as regravações dela, se fosse outro cantor gravando, diriam que é brega! o Caetano já gravou músicas ditas bregas e ficou CULT.
Resumindo: a cultura de massa, de uma forma ou de outra, é sempre uma transmissão ideológica, ou para um grupo definido ou para a população em geral, quem quiser aceitar como verdade, que aceite.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Herança Virtual

Eu, já  faz um tempo, comecei a pensar sobre a questão de quando uma pessoa morre e deixa suas coisas virtuais guardadas em um site, por exemplo google, Orkut, facebook ou algum site de armazenamento de arquivos...é um assunto que há 20 anos ninguém pensava que poderia existir.
Eu tenho uma amiga, uma menina que morreu de leucemia faz uns quatro anos, ela tinha orkut, inclusive, era minha fã, ela é até hoje, espero que continue, ou seja, que ninguém exclua sua conta e de outras pessoas que conheço e que já morreram também, mas onde quero chegar com esse papo?
É uma questão que antes não havia, ou seja, uma pessoa morre e deixa arquivos virtuais guardados em algum lugar, ou a família quer manter, ou a família quer recuperar, ou excluir tais arquivos; visto que somente o morto sabia as senhas para se recuperar tais arquivos, aí que mora a questão, por exemplo, um filho muito querido morreu e ele tinha fotos e arquivos guardados em algum lugar, a família quer manter as coisas que a pessoa tinha, ou quer recuperar outras. Isso, é uma questão de direito, não tão simples quanto parece, ou seja, de quem são as coisas virtuais do falecido?
A família tem direitos compulsório sobre o que era do morto?
Ela tem direitos sobre aquilo que foi postado, ou guardado?
Por exemplo, uma página do orkut, Facebook, myspace,  a família ou uma pessoa tem direito de fuçar no perfil do morto, mantê-lo ou excluí-lo?
Há um tempinho, vi uma reportagem que teria, mas só se o falecido deixasse algo escrito dizendo que essa ou aquela pessoa teria esse direito. Complicado, isso é pra gente ver como o mundo mudou, como foi a evolução dos nossos tempos. Quer queiramos ou não, é uma questão ética, ou seja, quem tem o direito de mexer em coisas íntimas do morto? se ele não mostrava antes quando vivo, será que permitiria que outras pessoas vasculhassem seu arquivos depois de morto?
Questões dos nosso tempos, coisas virtuais, mas muito reais.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Tem gente com fome

Leiam e vejam que coisa real, que coisa linda de um grande brasileiro, Solano Trindade!
Solano Trindade

TEM GENTE COM FOME (Solano Trindade)
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Piiiiii
Estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Tantas caras tristes
querendo chegar
em algum destino
em algum lugar
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Só nas estações
quando vai parando
lentamente começa a dizer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
Mas o freio de ar
todo autoritário
manda o trem calar
Psiuuuuuuuuuuu

Francisco Solano Trindade (1908 – 1974) foi poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo e cineasta e sua obra é de importância fundamental para nosso país. Seu talento em tantas áreas esteve sempre voltado à luta contra o racismo e ao estudo e difusão da cultura afro-brasileira.

Ajudou a organizar o I Congresso Afro Brasileiro, ocorrido em 1934 Recife e participou ativamente do seguinte em 1936, em Salvador, além de fundar a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro Brasileiro, também no Recife. Na década de residiu no Rio de Janeiro e posteriormente em São Paulo, onde criou raízes e entrou para a história do Município de Embu das Artes.

Entre suas publicações mais importantes estão: Poemas de uma vida simples 1944, Rio de Janeiro, e Cantares do Meu povo 1963, São Paulo, além de uma antologia chamada Poemas Antológicos lançada em 2008 e ilustrada por sua filha Raquel Trindade. O poema apresentado “Tem gente com fome” é de seu primeiro livro (e está presente também na coletânea) e sempre despertou a ira dos dominantes. Fez com que livros fossem recolhidos na década de quarenta quando virou música, interpretada pelo grupo “Secos e Molhados” em 1975, foi proibida pela censura. Posteriormente, Ney Matogrosso a resgatou no disco “Seu tipo” em 1980.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe

Essa época do ano (começo), pra mim, é muito gostosa; revejo um punhado de gente, descanso, durmo tarde, acordo mais tarde ainda...mas tudo que é bom, uma hora acaba, ou seja tudo acaba, tudo, inclusive nós, a gente passa, a vida passa, a alegria passa, a tristeza passa...tem um dito popular que fala: " Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe", embora a filosofia negue o senso comum, mas há muita sabedoria popular, o povo tem sua sabedoria.
Muita gente pensava que começaria bem 2012, muitos nem mais aqui estão, já se "foram" (eufemismo),  assassinatos, enchentes, soterramentos...falando em soterramentos e enchentes é muito triste, sai ano, entra ano, as coisas se repetem, o mal do Brasil é a corrupção, acho que não há mal pior. Vendo o que aconteceu no Japão em março passado e vendo como já estão as coisas lá (As cidades estão sendo reconstruídas, as ruas limpas, os portos funcionando, o Aeroporto funcionando...), fico feliz por eles, fico triste por nós...aqui no Brasil, infelizmente, as coisas não andam e quando andam vão a passos de tartaruga. No ano passado, começo de 2011 houve aquela mortandade, chuvas, soterramentos nas cidades serranas do Rio, quando vai ver como estão agora, quase nada fizeram, o dinheiro que veio pra ajudar as pessoas, passaram a mão no dinheiro, até prefeito foi tirado do cargo, mas infelizmente quase nada foi feito, é uma pena, o Brasil é assim, mas isso não quer dizer que um dia não mude, espero por esse dia, o povo brasileiro espera por esse dia, um dia em que haja menos ladrões de colarinho branco, ladrões que usam a fala e a caneta como armas para roubar e iludir o povo. Que democracia a nossa!!!!
Tem chovido muito em várias regiões do Brasil, há muitos desabrigados, espero no ano que vem, estando eu vivo, poder falar diferente, ou seja, poder falar que resolveram muitas coisas, muitas coisas foram resolvidas e há menos corruptos, há menos ladrões, não ladrões de bancos, mas ladrões do povo  brasileiro,  tomara,  que a gente possa falar só de coisas legais, tomara.....