sexta-feira, 24 de junho de 2011

Só sei que é feriado

Eu lembro, quando eu era criança eu aprendia na escola os nomes dos feriados ou os dias festivos, era proclamação da república (15 de novembro), Tiradentes (21 de abril), sei lá, qualquer data importante para a história da república, hoje em dia, parece que a molecada vai à escola, mas não assimilam nada, ou seja, história não é importante, geografia não é importante, eles só sabem que é feriado prolongado (feriadão), nada mais interessa. 
No tempo que os Generais mandavam no Brasil, os meninos eram mais patriotas, a gente aprendia muito mais sobre civismo do que agora, deveria ser o inverso, hoje por a gente ter muito mais liberdade é que a gente deveria se interessar mais pela nossa história, pelo aquilo que somos, pelas coisas importantes que aconteceram, mas, infelizmente, isso não acontece,  os meninos e meninas estão por fora, seus pais idem, é uma geração que, não sei porque, perderam a vontade de saber coisas que são básicas para um país que se gosta, que se valoriza...ninguém sabe mais o hino da bandeira, hino do exército, parece que tudo isso virou uma grande caretisse, eu lamento.
Outra coisa que me doí no peito é quando vejo as escolas festejando o Halloween, dias das bruxas, sinto até vergonha, não tem nada a ver, é uma macaquice, isso é o que eu acho, posso estar errado, mas não engulo essas coisas. Outra coisa que me irrita é esse patriotismo furado nosso, parece que o Brasil só é Brasil quando tem futebol da seleção, eu torço, eu gosto, mas a gente esquece de coisas básicas, coisas importantes da política, coisas para reclamar, nessa hora dos jogos de futebol da seleção de futebol, somos patriotas de araque, pior que nessa hora tem gente que quando toca o hino nacional, põe a mão no peito e chora... 
Hoje, tô fazendo minha catarse, pondo os bichos pra fora, falando um monte, mas se você discorda do que eu falei aqui, dê sua opinião, replique, critique, meu blog é democrático...

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domingo, 12 de junho de 2011

A lei, ora, a lei

Normalmente as pessoas tem um blog para vir e falar o seu dia a dia, coisas pessoais, eu não consigo falar muito de mim mesmo, mas admiro pessoas que são abertas, falam tudo o que acontece com elas mesmas, são um livro aberto.
Esses dias eu tava dando aula de filosofia e um dos temas era sobre o individuo e eu pedia que alguns meninos e meninas se definissem como indivíduo, como pessoas únicas, alguns falaram, mas muito superficialmente, porque é difícil a gente se definir, somos tão complexos, somos tão diferentes, embora não saibamos ou nunca pensamos sobre isso, ainda mais nessa época onde a gente vive uma cultura massificada, muitas coisas nossas, ou que pensamos ser nossas, não são nossas, são de alguns que tentam fazer a gente acreditar que somos nós que somos dono das ideias, mas não, somos apenas consumidores de ideias, gostos, opiniões, produtos...
Interessante é o quanto somos produtos dos grupos, fazemos partes de muitos deles e assim vamos levando a nossa individualidade que nunca é tanta quanta a gente pensa, mas ainda bem que temos a oportunidade de vivermos numa época em que a gente pode, pelo menos, dar nossa opinião, isso é muito bom, tomara que essa liberdade que temos, hoje em dia, de falar, de votar, possa um dia se realizar numa democracia plena, com mais justiça e igualdade... a igualdade se dá pelas leis, é por ela (lei) que somos "iguais", somos??
Somos nada, deveríamos ser, mas a lei, ora, a lei!!!
Tomara que a gente possa viver num mundo mais justo, em um mudo onde a igualdade de direitos se dê verdadeiramente, não só no papel...o senso comum diz: "Papel aceita qualquer coisa!", se tudo que tivesse escrito valesse, que bom seria!!!!!!!
Acho que quem vê o que escrevo, pensa que sou um mal-humorado, não sou....gosto de uma piada, de uma comédia.
Pra verem, deixo aqui uma piada sobre justiça,  é meio sem graça, mas é baseada em fatos reais...

Fazendo Justiça
No dia da audiência, o acusado faz uma proposta ao seu advogado:
- Vamos combinar o seguinte? Se eu pegar 5 anos, lhe pago mil Reais, se eu pegar 3 anos lhe pago dois mil e se eu pegar somente um ano lhe dou cinco mil, topas?
- Combinado!
No dia seguinte, o advogado vai visitar o seu cliente na prisão.
- Eu lhe consegui um ano, portanto você me deve cinco mil! E olhe que tivemos sorte, pois eles queriam absolvê-lo!


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sábado, 4 de junho de 2011

Monólogo das mãos

Eu estava vendo um vídeo no YouTube e me deparei com um que eu já tinha visto e por sinal muito belo, é um poema, na verdade um monólogo de Giuseppe Ghiaroni declamado pela maravilhosa Bibi Ferreira. Na verdade, bastaria o poema, nem  precisaria que eu escrevesse qualquer coisa aqui, mas escrevo porque a filosofia é reflexão, é estética, por sinal a estética é uma das áreas estudadas pela filosofia, ou seja, o belo é uma coisa que pode ser subjetiva, que pode ser real dependendo do conceito de beleza dessa ou daquela sociedade, desse ou daquele tempo, na verdade, o que é belo é uma questão muito difícil de se dizer, não tem nada mais subjetivo, mas o "monólogo das mãos" é lindo, é belo!

 MONÓLOGO DAS MÃOS - Ghiaroni (imortalizado por Procópio Ferreira, pai de Bibi Ferreira).

Para que servem as mãos? As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever...

As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidia a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do «Homo Rebus» lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz!
Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com as mãos; as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
E as mãos dos amigos nos conduzem…
E as mãos dos coveiros nos enterram!



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