O ser humano é engraçado, inventa coisas para a sua destruição, e depois inventa coisas para ser lenitivos para sua dor. Eu falo do tempo que existe, claro, mas nós dividimos e subdividimos e nos tornamos escravos dele e nem vemos ele passar por ficarmos tão automatizados e escravos do relógio.
Ao chegar ao final do ano, sem duvida, é um momento de reflexão, de dar uma parada para pararmos um pouco da correria que ocorreu durante o ano todo, mas mesmo assim, mesmo nessa hora, ainda há correria e muitos pela pressa de chegar ao destino das comemorações, dos encontros, das confraternizações, muitos não comemoram e nunca mais comemoração por não terem conseguido atravessar o ano. As suas vidas foram ceifadas, muitas delas por coisas totalmente evitáveis, por exemplo, desastres de automóveis, brigas, bebedeiras, violência, etc.
Numa cidade grande, igual São Paulo, é muito comum vermos desastres de motocicletas, vermos um corpo estirado no chão, algumas vezes sendo cuidado, socorrido pelos bombeiros ou profissionais do SAMU, mas muitas vezes a policia apenas guardando o corpo até a chegada da perícia e depois o camburão do IML, muito triste, mas é a vida real, são as coisas que acontecem todos os dias do ano aqui ou em qualquer lugar do mundo.
Importante comemorar o final do ano velho com a chegada do novo ano? claro que sim, mas isso é apenas artifícios criados por nós mesmos, como se tudo começasse novamente e não fosse uma continuação das nossas vidas; na verdade é a continuação, continuaremos apenas, continuaremos nas nossas lutas diárias, buscaremos o vil metal sem o qual no mundo capitalista não dá para se viver, e nessa ânsia talvez até com mais dívidas com as que fizemos para comemorar essas festas de final de ano.
Não querendo ser advogado do diabo, mas já sendo, eu acho importante que a gente tenha consciência da nossa finitude, tenhamos consciência da nossa pequenez no universo, tomemos consciência das nossa limitações e consigamos lidar que um dia nos tornaremos pó, muitas vezes muito antes do que imaginávamos. Sendo assim, daremos muito mais valor no nosso hoje, saibamos agradecer, seja qual for a religião ou não, mas saibamos dar valor aos nossos momentos, por que o ano é uma somatória de momentos, muitas vezes tudo se vai em um momento apenas. Muita vez como diz a música do Gilberto Gil "Tempo Rei": Mães zelosas, pais corujas vejam como as águas de repente ficam sujas, não se iludam, não me iludo, tudo agora mesmo pode estar por um segundo"
TEMPO REI
Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito
Que tem sido
Transcorrendo, transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos
Pães de Açúcar, Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole, pedra dura
Tanto bate que não restará nem pensamento
Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não não sei
Mãe Senhora do Perpétuo socorrei
Pensamento, mesmo fundamento singular
Do ser humano, de um momento para o outro
Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos
Mães zelosas, pais corujas
Vejam como as águas de repente ficam sujas
Não se iludam, não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar por um segundo
Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo socorrei
Tudo permanecerá do jeito
Que tem sido
Transcorrendo, transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos
Pães de Açúcar, Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole, pedra dura
Tanto bate que não restará nem pensamento
Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não não sei
Mãe Senhora do Perpétuo socorrei
Pensamento, mesmo fundamento singular
Do ser humano, de um momento para o outro
Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos
Mães zelosas, pais corujas
Vejam como as águas de repente ficam sujas
Não se iludam, não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar por um segundo
Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo socorrei
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