domingo, 19 de fevereiro de 2017

Um poeta já esteve lá

Sigmund  Freud
Freud, o pai da psicanálise tem uma frase que diz: "Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim." Por que falar dessa frase? é porque há pouco tempo ( 5 de novembro de 2015), aconteceu o desastre do estouro da barragem com rejeitos de mineração em Minas Gerais em Mariana. Antigamente a Vale do Rio Doce, desde os anos 40, era a maior mineradora, agora depois de vendida, junto com a Samarco forma uma empresa poderosa no ramo de mineração. Com o "desastre" da barragem houve o maior desastre ambiental ecológico no Brasil, coisa apocalítica, parecendo final do mundo, na verdade para aqueles moradores que viram o Rio Doce morrer, um rio com mais de 800 km morto, foi e é o fim do mundo.

Como a vida imita a arte, e em qualquer lugar um poeta já esteve lá, o Poeta Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira, em 1984 fez um poema, mas não um simples poema, um poema profecia, vejam abaixo:

Rio doce antes do desastre
Carlos Drummond de Andrade


“Lira Itabirana”
I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?





















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